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  Psicoterapia Corporal Reichiana 

 

 A Psicoterapia Reichiana é uma abordagem terapêutica criada pelo médico e cientista Wilhelm Reich.

       A partir da psicanálise, Reich desenvolveu todo um aparato teórico, técnico e prático possibilitando a terapia agir nos níveis psicológico, corporal e bioenergético. Essas distinções são feitas somente para que se possa entender com mais facilidade o alcance da terapia reichiana, porém, de acordo com o próprio Reich, corpo e mente formam uma unidade funcional, possuem densidades diferentes, mas têm a mesma função, produzir vida, dar movimento à energia do organismo, sempre de maneira integrada.

      A abordagem reichiana agrupou conhecimentos das área da epistemologia, pedagogia, psiquiatria, biologia, sexologia, psicologia, química, física, filosofia, sociologia, antropologia, meteorologia, cosmologia, astrofísica e outras. Suas descobertas são eficazes no tratamento de transtornos psíquicos e distúrbios orgânicos, mas a terapia reichiana também é indicada para todas as pessoas que buscam bem estar físico e mental, contribuindo para um maior autoconhecimento através do contato com as emoções, em busca do prazer e da liberdade de viver.

      Reich descobriu que os distúrbios emocionais estão sempre associados a distúrbios corporais. A esse conjunto de distúrbios corporais ele denominou couraça, devido à sua função de contenção emocional. A formação da couraça (encouraçamento) inclui alterações musculares (tensão ou flacidez), viscerais, respiratórias, sensoriais, circulatórias e hormonais. Reich descobriu ainda que a couraça se organiza no corpo em sete conjuntos funcionais, aos quais denominou segmentos: ocular, oral, cervical, torácico, diafragmático, abdominal e pélvico. A couraça seria o represamento de energia nesses segmentos.

       A partir da abordagem psicanalítica, onde era utilizado somente o trabalho verbal, essencial no processo psicoterapêutico, Reich desenvolveu a análise do caráter, a vegetoterapia e a orgonoterapia, incluindo as intervenções corporais (massagens), que visam a dissolução ou flexibilização da couraça (desencouraçamento), acompanhada da liberação de impulsos e emoções reprimidas e da elaboração dos conteúdos psíquicos associados. As couraças ou bloqueios são facilmente percebidos pelo analista atento e se podem se mostrar no tom de voz, na respiração, nas mãos, nos maxilares apertados, nas tensões musculares, na lubrificação dos olhos, na contração da testa etc.

         Através de suas pesquisas, Reich descobriu ainda que em nosso organismo existe uma energia específica que ele chamou de bioenergia ou energia orgone, que circula pelo corpo impulsionada pelas nossas funções emocionais e fisiológicas. A couraça, que resulta na contenção de impulsos e emoções, promove também um bloqueio nos fluxos de energia orgone. Devido a esse represamento de energia, algumas regiões do corpo terão uma maior ou menor concentração de energia, facilitando o aparecimento de doenças. Os trabalhos de desencouraçamento promovem a regulação desses fluxos de energia e, consequentemente, a restauração da saúde. Para agir no processo de desencouraçamento, além de tudo o que já foi citado acima, utilizamos técnicas de relaxamento, respiração, movimentos e massagem, de acordo com as tensões que se apresentam.

         Para finalizar posso dizer que a terapia reichiana conduz ao processo de autoconhecimento, contato com as emoções e o prazer de viver, maior liberdade para ser quem você é e maior consciência ao fazer escolhas. Como dizia Reich, “o amor, o trabalho e o conhecimento são as fontes da nossa vida. Deveriam também governá-la”. Devemos entender o que significa o amor para poder usá-lo em todas as áreas da vida. Devemos entender o que é trabalho para valorizarmos nosso esforço físico e mental e nos livrarmos das formas de exploração que se apresentam. Devemos entender o que é conhecimento para que ele possa se desenvolver de maneira saudável na nossa vida.

 

        Abaixo cito mais alguns temas que envolvem a abordagem reichiana e que serão explicados em um outro momento: economia sexual, resistência, defesa narcísica, transferência, libido, inconsciente, conteúdo reprimido, formação reativa, potência orgástica, neurose, psicose, id, ego e superego, sublimação, pulsão de vida x pulsão de morte, superposição cósmica, peste emocional, caráter neurótico, caráter genital, função do orgasmo, ideologia, política e trabalho, democracia do trabalho, abraço genital, verdade, prevenção, entre outros.

 

Abraços

 

Alexandre Monçores Salvador

Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta Corporal

CRP-05/46554

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